O aumento de dose de herbicidas tem sido uma alternativa mais simples e imediata para o controle de plantas daninhas de “difícil controle” nos sistemas produtivos. No entanto, simplesmente aumentar dose de herbicidas não resolve a questão, além de aumentar custos e a pressão de seleção para biótipos resistentes, geralmente, causam mais injúrias nas culturas.
Neste texto, abordarei sobre os efeitos negativos de doses elevadas de herbicidas na produtividade das culturas e como minimizá-los.
A fito ou as injúrias podem reduzir a produtividade e qualidade dos produtos agrícolas comercializados devido ao gasto energético das plantas ativando vias metabólicas para defesa ao estresse. É comum observarmos que a fito desaparece com o tempo após a aplicação, no entanto, a planta gastou energia adicional em resposta ao estresse. Plantas tratadas com herbicidas podem metabolizar, degradar, compartimentalizar e até mesmo exsudar moléculas de herbicidas pelo sistema radicular. Ainda ativar o complexo de enzimas antioxidantes para combater os radicais livres gerados pela ação dos herbicidas.
Uma das estratégias do é o uso de bioestimulantes para redução da fito de herbicidas, conforme ilustrado na foto abaixo com fito de mistura de tanque na cultura do feijão em área assessorada.
Antes

Depois

Foto: Foto da esquerda – ANTES – fito de mistura de tanque sem uso de bioestimulantes e Foto da direta – DEPOIS – mitigação da fito com uso de bioestimulantes do Método Sem Mato.
Uma pergunta para reflexão: Uso o bioestimulante deve ser antes, durante ou depois da aplicação de herbicidas?
Antes – Quando o objetivo do uso de bioestimulante é preparar a planta da resistir ao estresse “fito” causada pelos herbicidas
Durante – Objetivo de mitigação imediata da fito e até mesmo evitando a ocorrência do mesmo.
Depois – Objetivo de minimizar a fito já ocorrida mesmo que ainda não seja visível nas plantas.
Vamos analisar as três situações:
Nas modalidades de uso antes e durante a aplicação de herbicidas corre-se o risco de também reduzir o estresse de herbicidas nas plantas daninhas, afinal as mesmas recebem os mesmos estímulos que a cultura. É frequente também o aumento da fito nas plantas com o uso dos bioestimulantes junto com herbicidas, isso ocorre devido aos componentes da formulação dos bioestimulantes serem de fácil absorção pelas plantas e de certa forma facilitam também maior absorção de herbicidas.
Os melhores resultados (menos fito) tem sido obtidos na modalidade de uso dos biostimulantes após a aplicação dos herbicidas, de acordo com 10 anos de pesquisas do IPACER – Instituto de Pesquisa Agrícola do Cerrado. Ademais, elimina-se se o risco de redução de eficácia de controle de plantas daninhas, uma vez que os herbicidas já foram totalmente absorvidos pelas plantas daninhas e o estímulo de recuperação de fito será muito tardio devido a alta sensibilidade dessas ao herbicida recomendado.
Enfim, os bioestimulantessão uma realidade na agricultura e contribuirão bastante para o alcance de maiores produtividades, como visto aqui, reduzindo perdas pelas injúrias de herbicidas, além, de outros benefícios que cada categoria de bioestimulantes podem entregar.
A categoria de bioestimulantes à base de aminoácidos tem se destacado na redução de fito de herbicidas. O que nos diferencia no manejo de plantas daninhas em relação ao manejo da década de 90, no quesito fito de herbicidas, é que podemos minimizar a fito com o uso de bioestimulantes de forma validada e assertiva. Uma vez que os herbicidas são praticamente os mesmos utilizados hoje e as novas cultivares tendem a serem mais sensíveis aos herbicidas.
Acredito que temos muito a evoluir no uso de bioestimulantes para redução de fito de herbicidas, haja vista que cada mecanismo de ação de herbicidas atuam em diferentes vias metabólicas das plantas e que cada cultura responde de forma diferenciada aos estímulos dos bioestimulantes. Ou seja, no futuro, teremos recomendações específicas de bioestimulante para culturass e herbicidas específicos, além do melhor momento de aplicação.